30 de março de 2006

agora.aqui.mais.do.que.nuca

Eu aqui!
Agora mais do que nuca
Lambe meu pescoço?
Pega na minha mão, me pede um beijo
Me chama de teu agora mais do que nunca
Lambe meu pescoço, lambe minha nuca

A vida, se é mesmo essa coisa maluca
É pra levar do jeito que vem
Coloca um som da Elza Soares
Me chupa do cóccix até o pescoço
Agora fala que eu sou teu homem
Esquece meu nome, me chama de moço
Rapaz, esboço, inconclusão de pensamentos

Vai, se ponha dentro
E depois sai...
Vai, vai ver o vento que eu já nem sou mais daqui
Aqui agora ainda sou teu e você nem percebe
E eu vou embora e você nem me pede pra ficar

Agora aqui mais do que nunca
Nunca esqueça de que agora não volta e eu não fui,
Tô aqui, pronto, vem, vem, vem...
Vem me lamber...
Vem fazer um harém monogâmico
Vem tornar meu dia feliz
Meu ser dinâmico
Meu desejo atômico
Meu sexo atônito

Des-rima meu poema
Desritmisa meu compasso
Aperta meu desejo de encontro ao seu
Me envolve num laço
Faz desse desejo de querer tua boca algo mais do que um poema

Espanque tremas, vírgulas, ansiedades e respirações
Acabe com a gramática e com as indecisões se as tiver
Aqui, agora, mais do que nunca
Tem uma nuca que ter quer

25 de março de 2006

Dói meu pé e eu nem sei o que é

O pé esquerdo dói. Articulação articulando que alguma coisa anda mal... Mas eu não me manco. Não é nada na verdade. Na verdade é só pra encher a linguiça. Hein? Preguiça mesmo, coisa de ficar em casa sem ter o que fazer e criar um texto. Pretexto, sabe? Último episódio de temporada de minissérie bastante popular, quase isso. Um filme média-metragem bastante elogiado.

O roteiro da vida é tão engraçado! E o bobo, aquele lá que bloqueia e deleta no virtual e cumprimenta na vida real, é bobo mesmo. Bobo, dissílaba, oxítona. Boo! Um susto mesmo. Um fantasma, um bo boo! Infantil mesmo. Me devolve meu lápis! Não vai mais brincar comigo! Chato, feio! Sabe? Essas pessoas assim, crianças desde sempre e que carregam consigo a fralda e a chupeta inconscientemente? Pois é...

Roteiro de filme do Almodóvar. "Olha eu tenho andado sumido porque eu estou sem tempo e quase não fico mais online e..." E eu perguntei alguma coisa? Silly boy. Boys don't cry meu rapaz. O meu pé esquerdo dói e não é porra nenhuma, mas é que tem vezes que é mesmo difícil ficar equilibrado sobre ele quando o mundo do lado de fora, nas esquinas, bares e boates, é desta maneira idiota e disforme.

Ei, ei ei... Larga do meu pé! Mas a culpa é minha, fui eu quem puxou papo. E nunca mais se fala mais nisso. Vou dar Gelol nessa estória.

19 de março de 2006

Música é sempre bom

O último post foi voltado pra uma indicação de novos cds. Nada pessoal, nenhuma estória pra contar, nenhum telefonema não-atendido, nenhum sofrimento... Ok. E agora? Bom, ainda no assunto música, é fundamental perceber como certas músicas podem marcar e ajudar em determinados momentos. Vendo tudo o que escrevi aqui até hoje, em relação à coisas que aconteceram comigo e às situações que vivi, resolvi falar disso. Recentemente estive ouvindo umas bandas novas, faz muito bem descobrir novas vozes, letras, ritmos... Pois agora fica mais uma indicação - e dessa vez é de download mesmo, pois a cantora é bem desconhecida por aqui. Ela se chama FEIST (Leslie Feist) e possui um álbum chamado LET IT DIE, que é maravilhoso. Ritmado, calmo, boa voz, bons arranjos, realmente um álbum que todo mundo merecia conhecer. Se você entende de inglês então, quanto melhor. A música que tem o mesmo nome do álbum (Let it Die) possui uma letra maravilhosa. Foi ouvindo essa música inclusive que pensei em tudo que escrevi aqui, em tudo que vivi relacionado a isso e como essa música expressava tudo o que eu pensava. Tem horas que ler não é o bastante, o negócio é ouvir uma boa música e deixar o entendimento chegar dessa maneira. Então é isso. Pra fechar, fica a letra dessa faixa, que é a minha preferida:

Feist - Let it die

Let it die and get out of my mind
We don't see eye to eye
Or hear ear to ear

Don't you wish that we could forget that kiss
And see this for what it is
That we're not in love

The saddest part of a broken heart
Isn't the ending so much as the start

It was hard to tell just how I felt
To not recognize myself
I started to fade away

And after all it won't take long to fall in love
Now I know what I don't want
I learned that with you

The saddest part of a broken heart
Isn't the ending so much as the start
The tragedy starts from the very first spark
Losing your mind for the sake of your heart

The saddest part of a broken heart
Isn't the ending so much as the start

16 de março de 2006

Para ouvir: Marisa Monte - Universo ao meu redor

Como vocês já devem saber, Marisa Monte acaba de lançar 2 cd's de uma só vez. "Infinito Particular" e "Universo ao meu redor". Não vou escrever sobre os cd's porque tá cheio de jornais e colunas afora falando disso. Mas fica aqui a recomendação de "Universo ao meu redor", disco polido, bonito, simples e de uma poesia magnífica. Vale cada centavo (ou cada minuto do download).

Destaque para as faixas: O Bonde do Dom, Três Letrinhas, Cantinho Escondido, Satisfeito e Vai Saber?

13 de março de 2006

O outro lado da moeda

Foi ontem! Minto! Foi ainda agora... Sei lá... Parece que faz questão de minutos, quando na verdade já fazem três meses que estive do outro lado da estória, querendo saber as razões das outras pessoas, querendo motivos, laudos, perícia, tese sobre o fim, sobre a reticência da nossa relação. Eu, cheio de ideais e vontades e você, ralentando via telefone, me enganando pulso a pulso... Não me contive: chorei, sofri e até hoje não cheguei à conclusão alguma! Pois agora do outro lado da linha o atendente sou eu; quase um profissional de telemarketing. Alô? Pois não. Sim, não, é, "vamos estar agendando" o nosso encontro. Eu me vejo do outro lado da moeda e tudo faz mais sentido. Ok, foi legal, foi legal mas eu não quero mais beijar você, não quero ir pra cama contigo, a coisa termina aqui. Desliga por favor? E nada. Insistem e eu sem jeito... Das duas uma: Ou me ganham na insistência ou perdem por aborrecimento excessivo. O pior - ou melhor - de tudo é que sei como é ser a pessoa que atende os telefonemas e tudo agora faz sentido. Mas eu confesso: não consigo perdoar por isso. Eu ligo pra tudo mesmo, fazer o quê?!

2 de março de 2006

Quinta-feira de brasas

Oras, acabou o carnaval! Serpentinas insistem no meu quintal. Confetes grudaram em minha pele. Espumas nojentas "amaciaram" meu cabelo. Me espremeram nos blocos. Hoje não é um dia que se possa dizer numericamente; hoje já é Março e parece que sim, agora o ano começa definitivamente. Guardo perucas, sonhos e magias? Jamais! Deixo tudo à disposição porque como folião de um eterno carnaval, do vai e vem da Avenida Nossa Senhora de Copacabana, do sobe e desce, do entra e sai, do espreme e sofre, do quente e quente do Rio de Janeiro. E tudo isso já é Março. E tudo isso é sempre. E tudo isso (não vou dizer que amo) pois não sou Mc Donalds... Mas tudo isso ou isso tudo faz parte de nós cariocas. Abençoada seja a cidade, o povo, os tempos, primaveras, verões, carnavais e a juventude bem aproveitada. Remorsos pelo que não aconteceu? Remorso?! Remorso é uma palavra idosa, quase uma artrite... Quinta-feia de Brasas e eu tô pronto pra abanar e deixar a churrasqueira acesa o ano todo! Alguém já mandou comprar a carne?