22 de maio de 2007

visionário


Da janela do meu quarto paisagens emolduram esta realidade quase paralela
Nesta Estocolmo moderna, mas com toques ainda medievais, procuro pelo Rei
Já que sou o ás desta coisa toda
Quero ter mais fôlego enquanto o dia não cai
Quero ter mais gás pra achar que a luta sempre vale
Que o sonho sempre cabe
E que a monarquia democrática daqui, signifique alguma coisa afinal
Da janela do meu quarto eu deixo que a vida passe
Por dentro um comichão de ansiedade corrói as molduras
Já são mais de dez horas da noite e tudo ainda é claro
E tudo ainda é escuro e raro
E o Rei já deve ter ido pra cama

17 de maio de 2007

11 de maio de 2007

feelings.

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo
Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa

Sophia de Mello Breyner

8 de maio de 2007

lista de afazeres

  1. banco
  2. beijo, beijo, beijo
  3. sexo, sexo, sexo

fim do dia ;)

6 de maio de 2007

Reconstruindo um sonho

Quer ver? Vocês são iguais! - Cartas são jogadas ao chão e logo depois recolhidas para então dizer: Viu? Tá aqui ó! Vocês são iguais no amor, até quando brigam, cada um perde 350 gramas.

Aguardo seu retorno como quem espera apenas o mês correr, não posso pedir de mim altivez suficiente que ache distância uma coisa boa. Segunda-feira, abrir a semana, contrariar Garfield, ser feliz numa segunda-feira, sem lasanha.

Daqui sequer imagino atribuladas alegorias que fazes em Paris, não quero ser escravo de um carnaval de um folião só. Sigo meu ritmo, só meu, com esse trompete de jazz, essa Madeleine Peyroux me amaciando a carne, me sorrindo os músculos e aliviando o sentimento.

A vontade é de beijo, de tirar roupa, jogar na cama e olhar dentro dos olhos. Dentro, profundo, dentro, intenso. A vontade é te sentir dentro, te ter dentro, não mais em pensamento. A vontade é de beijo de rachar os lábios para depois eu usar a desculpa que o rachado da pele é culpa do frio.

Daqui sigo o ritmo e a vida é bela, e o dia espera...

1 de maio de 2007

Vira-lata

Morde e assopra, é sempre assim, sempre desse jeito desorganizado que as coisas se impõem. Se impõem, de fato, pois ultimamente nem tenho tido paciência de organizá-las ou procurar razões de chegadas, meios e fins.

Morde e assopra porque se eu enviar este email hoje vou me sentir o pior dos canalhas. Não, o melhor é deixar calar, deixar este sentimento lá, no canto, aguardando a hora de outra voz o cantar.

Morde e assopra porque vez outra vira-lata, me pego aqui, perambulando teus quarteirões em busca de sobras ou sentimentos inteiros esquecidos no luxo que é o lixo das nossas vaidades.

Morde e assopra porque eu gosto. Mas não esquece dos tapas, minha barba cerrada, meu sorriso cafajeste, meu jeito moleque de ser adulto. Morde e assopra e depois engole tudo.

Morde... Morde...
Me morde.

Protocolar

Não sou homem de seguir protocolos
Quebro-os sem fazer grandes anúncios

Vivo a vida seguindo os passos dos meus sentimentos
E isso já é tudo.