17 de março de 2011

Gato e Sapato

Me persegue a literatura. Uma máquina ligada 24hs por dia fazendo comentários e pedindo que os coloque no papel. Estou na padaria ela vem, quer que eu descreva cheiro de pão quente. Estou na praia ela quer sabor de queijo coalho. Estou no momento mais sublime, ela escreve uma peça, edita um livro, roda um filme. Não tento fugir, sequer controlar. Ela quer rimas, textos, prosas, crônicas. Ela quer ser digitada. Doesnt matter the language. No importa la lengua. Não importa mesmo. Ela quer que eu coloque letras no papel, frases soltas. Me domina a literatura. Eu digo chega, ela vem com mais. Rouba meus pensamentos em momentos cruciais. Não a condeno, é ela quem me salva do mundo, ela quem me transforma no que sou. Mais potente que torpedo, mais eficiente que twitter, sem limite de caracteres, ela vem ilimitada, fruto desta minha ordem desordenada. Resultado de eu ser cidadão 2.0, conectado, online, vivo, aqui, agora, a literatura me devora.

Just the two of us

De certezas abri mão
e da espera e pré-requisitos
fiz acertiva pergunta.

Você disse: Sim, quero!
Eu, que quis sempre, agora quero eterno.