26 de abril de 2008

clarck boom!

bala perdida golpe no bndes pais jogam filha do apartamento em são paulo trens batem bala perdida no metrô do rio catamarã quase vira com ondas fortes morrem 11 na cidade de Deus bandidos com fuzil trocam tiros com polícia em Copacabana As vezes é difícil ter saudade de casa

8 de abril de 2008

7 de abril de 2008

A misericórdia está intacta!



Eu não me recordo com exatidão mas lembro que era uma manhã que tinha tudo pra ser triste, monótona, simples, angustiada, fria, esse frio pré-Outono que me é alérgico e incômodo. Tinha tudo, exatamente tudo para me fazer beber mil xícaras de café para aquecer o corpo e desinchar os olhos recém-despertos para mais um dia que já soava monótono, que não despertava nada em mim. Porém ao contornar o corredor, já na cozinha, fazendo pose e remediando o irremediável, ela estava lá: colorida, simples, milagrosa no meio da suposta igualdade do dia-a-dia que nos segue. Talvez seja duro acreditar, mas sem poetizar, refez-se em mim tudo e desde então nunca mais tive medo do mundo. Observei-a maravilhado por muito tempo e depois a transportei para um vaso de violetas que existe aqui em casa. Ao fim do dia, ao reparar no vaso, ela já havia partido. Sei hoje que aprendeu a voar e mais que isso: ensinou-me esta mágica também!

.................................................
O acontecimento ainda me fez lembrar deste poema:

(Adélia Prado - Meditação à beira de um poema)

Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas.
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira
constelada,
os botões,
Alguns já com rosa- pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizam-se
diante do recorrente milagre.
maravilhosas faziam-se
as cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro