29 de novembro de 2008

Salve José Saramago!

'Não sou pessimista, o mundo é que é péssimo', desabafa Saramago

- Nessa longa história da humanidade, em que ponto tomamos uma direção errada que nos levou ao desastre que estamos hoje, do qual somos responsáveis? A literatura pode salvar o mundo? Mas salvar o mundo como? Principalmente depois de tudo o que já se escreveu. Como não conseguimos mudar o rumo de nossas vidas?

- Quantos delinqüentes existem no mundo? A violência já atingiu o nível da barbárie. A corrupção chegou a tal ponto que é um problema de linguagem. A palavra bondade hoje significa qualquer coisa de ridículo. É preciso conquistar, triunfar. Ninguém se arrisca a dizer que seu objetivo é ser bom. Querer ser bom em uma época como esta é se apresentar como voluntário para a eliminação. Como chegamos a isso? - indagou, sinalizando que a saída é a transformação individual - Para mudarmos a vida, é preciso mudarmos de vida.

21 de novembro de 2008

E ainda assim se move - 22 de Novembro - 20 hs


Galera! Neste SÁBADO, apresentação de nossa peça "E Ainda Assim Se Move!" na Bienal de Arte, Ciência e Cultura da União Estadual dos Estudantes.

Será no sábado , dia 22, às 20:00, na Fundição Progresso, no espaço 2, do Studio Versátil Ópera Brasil. Aguardamos todos lá para a peça e a conversa.

Mais info no blog Laboratório TupiNagô de Experimentação e Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UEE/RJ

Entrada franca!

19 de novembro de 2008

Eu vou te contar que você não me conhece...



"Eu vou te contar que você não me conhece...
E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve!
A sedução me escraviza à você...
Ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não à mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa...
Você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão , e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é, por que eu, eu não sou o meu nome, e você não é ninguém.
O jogo perigoso que eu pratico aqui, ele busca chegar ao limite possível de aproximação. Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela...
Entre eu e você existe a notícia, que nos separa...
Eu quero que você me veja à mim , eu me dispo da notícia.
E a minha nudez parada te denuncia e te espelha...
Eu me delato, tu me relatas...
Eu nos acuso e confesso por nós.
Assim, me livro das palavras com as quais você me veste."

Fauzi Arap

18 de novembro de 2008

Dilúvio



Enquanto o dilúvio caía, ficamos eu, minha avó e meu pai trancados na imobilidade de nossos destinos. Tudo era metáfora: lá fora a rua virou mar com a água da chuva e dentro de nós o rio de nosso tempo não podia ser contido. O que caía do céu era meu choro, o falatório da avó e a doença de meu pai. De repente percebi que cada um de nós carrega por dentro um manancial de sofrimentos e que embora secos, transbordávamos também naquele momento em que a força da natureza nos fez ver com nossos próprios olhos que a gente pensa muito que está comandando a ordem das coisas, mas que no fim das contas, somos apenas mais uma espécie acuada com medo de água e tendo de esperar a tempestade passar, sem que esta fosse metafórica.

Esperamos por volta de três horas, os três, juntos, como não acontecia há tempos. E olhávamos e tecíamos comentários cretinos e mundanos e ríamos dos outros seres-humanos que enfrentavam a enchente. Não era riso de escárnio nem nada. É que éramos tão vítimas da chuva quanto os que dela fugiam na rua, embora parecesse que dentro do apartamento fosse o lugar mais seguro e seco do mundo. Não, não haviam goteiras, nada de respingos por sobre nossos corpos... O que me assustava é a nuvem que pairava em nossas cabeças, cheias de mágoas e tristezas.

Não chorei porque já o havia feito no horário do almoço quando perdi o controle e desejei não vivenciar essa realidade, mas que logo depois tratei de aceitar engolindo comida com choro, sem querer nada pra beber, choro já era o suficiente. A chuva passou e eu tratei de encaminhar minha avó para seu caminho, para o transporte na verdade, visto que estamos todos sem caminho, perdidos no tempo, com medo de viver o agora porque amanhã pode ser difícil e a gente pode se arrepender e a vida pode não ter valido a pena. Porque a gente fica querendo fazer seguro de carro, de saúde, de vida, mas seguro de amor não existe, e a gente ou vive ou se fode, não há meio termo. E por não haver meio termo. É que estou completamente cansado disso tudo.
É que não quero mais palavras ao meio, nem amor pela metade.


Um dia, num dia de enchentes e alagamentos como este - faça chuva ou faça sol - sei que hei de transbordar por inteiro.

13 de novembro de 2008

Anti-Literário

Como posso Senhor, oscilar entre calma e desespero se nem sou bipolar? Como posso me manter atento e confiante se não vejo a estrada adiante?! Milhões de palavras se amontoam na minha cabeça, frases de efeito rasgam meu peito e não me sustento sobre tão fina linha... É essa chuva, esse cinza, essa cordialidade não-cordial, esse querer não respondido, esse amor-bandido, esse... Minto. Não sei o que é, se soubesse escreveria bem sobre o assunto. Desminto. Sei o que é... falta-me coragem pra abrir a boca e gritar aos quatro cantos. É melhor parar. Essa dúvida, é inimiga da literatura.

4 de novembro de 2008

Carioca! (mermo!)



Pra causar uma pequena polêmica no Gengibre :)

Para aliviar a garganta!

Para aliviar a garganta, para dar voz ao que passar na cabeça, na hora que for, vá de Gengibre. (www.gengibre.com.br) :)

Estou por lá, NESTE link.