4 de março de 2010

Ósto

Quando meu avô morreu, depois do enterro,
vim caminhando pelo cemitério com a vó a tiracolo e ela me disse:
O que é que eu vou fazer da minha vida?
53 anos não são 53 dias.
Quem vai me esperar no portão preocupado,
quando eu me atrasar no mercado?
Suas perguntas silenciaram-me.
Não houve poesia que me provesse alento ao que me dizia.
Tudo isso ainda ecoa em meus pensamentos
e hoje vejo que a pergunta se respondia, é pura filosofia:
53 anos não são 53 dias.

3 comentários:

Karla disse...

nooooooooossa chorando aqui com essa filosfia e sabedoria triste da sua vó. Manda bjo pra ela e uma 'inveja bem boa' de ter amado de verdade...
mtos bjos
karla

David Lima disse...

:D

Farei isso.
Bons "aires" pra ti!

Carol Freitas disse...

Que lindo isso! Poesia delicada de se ler...

Adorei!

=)