26 de dezembro de 2008
17 de dezembro de 2008
Quando os anjos aparecem
Talvez pelo fato do Natal não me comover mais - vista a demanda desenfreada de consumo que a sociedade tem nesta época, face a quase nenhuma reflexão do que o Natal verdadeiramente significa - Deus ou qualquer força boa do além me colocou diante dos olhos uma cena pra chorar de emoção. Eu esperava cautelosamente a fila do passe (espécie de reza que há perto da minha casa) quando adentrou na pequena sala uma mãe com sua filha, nitidamente com algum tipo de doença. Não gosto da palavra doença, portanto já a substituo de imediato por "especial", pois foi assim que a própria mãe a descreveu ao pedir-nos se poderia ser a primeira da fila a tomar o "passe", devido sua filha ser "especial". Na hora consentimos, obviamente, afinal diferença alguma faria em questão de tempo, mas faria toda a diferença no gesto. E creio que na vida, tudo começa por um gesto. Uma atitude correta perante a vida e aos acontecimentos é também uma espécie de passe, é também purificar-se, embora fique claro que muita gente sequer consegue associar uma coisa a outra. E quando digo purificar, não digo com sentido cristão-castrador-religioso, mas no sentido de exercer a bondade perante a vida, mais do que dizer que é bom, precisamos agir desta maneira.
Esperávamos e a menina especial (chamo-a antecipadamente de especial pois o adjetivo faz jus a mesma - não apenas pela sua deficiência, mas pelo que narro à seguir) foi sentar-se numa cadeira. Uma senhorinha que entrega as fichas para a fila do passe chateou-se pois a menina foi sentar-se num banco aonde ela não queria ninguém sentado. Essa senhorinha é mesmo assim, todas senhorinhas aliás são assim, cada dia estão com um humor diferente e nem é maldade, é pra serem notadas. A menina prontamente entrou na sala maior aonde todos nós aguardávamos em bancos simples de madeira, visivelmente chateada e resmungando baixo, até que sua mãe disse: - Não liga minha filha, essa senhora as vezes é chata. E hoje ela está chata.
A menina, falando baixo, disse: Mãe, ela que fique com sua chatice, eu sou especial, ela tem que entender isso, eu sou especial!
No fundo, nas nossas vidas, precisamos deixar pra lá mesmo essas pessoas chatas com suas chatices (sejam jovens ou velhas, não importa) e tocarmos em frente. No fundo, nas nossas vidas, somos todos especiais. A menina abriu meu coração pro óbvio, eu que tenho sofrido a falta de amor dos outros, e me colocou lágrimas nos olhos. Não devemos ficar sofrendo pela chatice alheia, essa chatice mentirosa e hipócrita, chatice demagoga que morde e assopra, chatice que diz que ama e logo depois quer te deixar e logo depois quer te pedir desculpas, que é pra ter mais uma chance de te magoar e magoar os outros. Chatos, todos chatos num mundo aonde ser especial perdeu o sentido...
Logo após comentar a chatice, a menina disse eufórica para a mãe que viu o Papai Noel no Shopping Botafogo e que foi conversar com ele. Disse-lhe que não queria roupas, que queria outra coisa (e essa outra coisa a menina não mencionou verbalmente). Imaginei - que mente tola a minha - que ela tenha pedido pra ficar boa! Mas ela já é boa, ela é a síntese da bondade e da pureza e mais uma vez meus olhos marejaram.
Ao fim, ela disse pra mãe: Ele me disse mãe, que tenho que enviar uma cartinha pra ele... Como faz mãe? A gente entrega a ele lá no Shopping Botafogo? Eu não entendi mãe...
A mãe, comovida mas visivelmente contendo a emoção disse: - Não sei minha filha, não sei...
Depois entrei para tomar meu passe e nem precisava pois a bondade da menina purificou-me de imediato. De repente era Natal, de repente a gente acredita na vida de novo. Não acredita mãe?
Esperávamos e a menina especial (chamo-a antecipadamente de especial pois o adjetivo faz jus a mesma - não apenas pela sua deficiência, mas pelo que narro à seguir) foi sentar-se numa cadeira. Uma senhorinha que entrega as fichas para a fila do passe chateou-se pois a menina foi sentar-se num banco aonde ela não queria ninguém sentado. Essa senhorinha é mesmo assim, todas senhorinhas aliás são assim, cada dia estão com um humor diferente e nem é maldade, é pra serem notadas. A menina prontamente entrou na sala maior aonde todos nós aguardávamos em bancos simples de madeira, visivelmente chateada e resmungando baixo, até que sua mãe disse: - Não liga minha filha, essa senhora as vezes é chata. E hoje ela está chata.
A menina, falando baixo, disse: Mãe, ela que fique com sua chatice, eu sou especial, ela tem que entender isso, eu sou especial!
No fundo, nas nossas vidas, precisamos deixar pra lá mesmo essas pessoas chatas com suas chatices (sejam jovens ou velhas, não importa) e tocarmos em frente. No fundo, nas nossas vidas, somos todos especiais. A menina abriu meu coração pro óbvio, eu que tenho sofrido a falta de amor dos outros, e me colocou lágrimas nos olhos. Não devemos ficar sofrendo pela chatice alheia, essa chatice mentirosa e hipócrita, chatice demagoga que morde e assopra, chatice que diz que ama e logo depois quer te deixar e logo depois quer te pedir desculpas, que é pra ter mais uma chance de te magoar e magoar os outros. Chatos, todos chatos num mundo aonde ser especial perdeu o sentido...
Logo após comentar a chatice, a menina disse eufórica para a mãe que viu o Papai Noel no Shopping Botafogo e que foi conversar com ele. Disse-lhe que não queria roupas, que queria outra coisa (e essa outra coisa a menina não mencionou verbalmente). Imaginei - que mente tola a minha - que ela tenha pedido pra ficar boa! Mas ela já é boa, ela é a síntese da bondade e da pureza e mais uma vez meus olhos marejaram.
Ao fim, ela disse pra mãe: Ele me disse mãe, que tenho que enviar uma cartinha pra ele... Como faz mãe? A gente entrega a ele lá no Shopping Botafogo? Eu não entendi mãe...
A mãe, comovida mas visivelmente contendo a emoção disse: - Não sei minha filha, não sei...
Depois entrei para tomar meu passe e nem precisava pois a bondade da menina purificou-me de imediato. De repente era Natal, de repente a gente acredita na vida de novo. Não acredita mãe?
16 de dezembro de 2008
Mobilicidade.com.br
Esta semana começou a implantação do sistema de bicicletas públicas na cidade do Rio de Janeiro, assim como ocorre em algumas cidades européias. Os primeiros pontos de retirada-entrega das mesmas foram colocados em Copacabana. Me cadastrei no site da empresa MOBILICIDADE para concorrer ao passe gratuito (já que por enquanto apenas pessoas escolhidas através do site poderão experimentar o sistema, que ainda está sendo implantado). Para minha surpresa fui rapidamente respondido em meu cadastro e recebi todas as informações sobre como proceder para começar a usar meu passe gratuito, que me dá direito a usar as bikes até 29 de Dezembro, sem limite de tempo ao que parece.
Rapidamente aproveitei a falta de chuva da tarde de ontem e o excesso de tempo livre para correr pra Estação 12 (Posto 6 de Copacabana) e finalmente cair no SAMBA da prefeitura. Calma, isto não é nenhum trocadilho bobo, SAMBA significa: Solução Alternativa para Mobilidade por Bicicletas de Aluguel. E será que isso deu mesmo SAMBA?
Me dirigi ao Posto 12 (Posto 6 em Copa) para retirar a Bike. Ao chegar lá a atendente me disse que teria que telefonar para o número que constava na placa aonde ficam as bicicletas. Liguei e fui seguindo as orientações passo-a-passo até colocar número de telefone e senha e escolher em qual posto estava e qual bicicleta gostaria de retirar. Após isso, rapidamente o sinal verde aonde estava acendeu e eu já podia tirar a bicicleta. Só que o sinal foi rápido demais e logo "fechou", ou seja, fiquei com cara de idiota sem entender o porquê de ter travado tão rapidamente. Para evitar que eu gastasse mais em telefonema, a atendente chamou um funcionário da Serttel (empresa que está implantando o sistema) que se prontificou a discar de seu próprio telefone para que eu não gastasse crédito mais uma vez. Mas isso foi uma sorte, afinal o cara só estava lá porque o sistema está sendo instalado agora... Depois de mais duas tentativas (mais outra frustrada pela minha falta de habilidade de retirar a bicicleta da trava), finalmente consegui! Ufa, agora era hora de pedalar enfim, certo?
A bicicleta é muito confortável, leve, possui um "guidão" e um banco que proporcionam uma posição muito boa e correta para pedalar. Resultado? Fiquei duas horas pedalando pela ciclovia. Primeiro até o Leblon e depois até o início de Copacabana e de volta à Santa Clara, aonde devolvi a bicicleta.
Ao fim, a avaliação do sistema é positiva, mas com ressalvas.
Prós: Biciletas modernas, leves e obviamente novíssimas. Um sistema que não fica devendo em nada aos das cidades européias que já possuem esta facilidade aos cidadãos e turistas.
Contras: O "guidão" por ser numa posição incomum, deixou-me com um pouco de dor no pulso esquerdo. Não sei se foi culpa da posição do guidão mesmo ou por estar desacostumado a pedalar com o pulso nesta posição. O sistema de precisar telefonar para poder retirar a bicicleta foi o que mais me incomodou e que achei mais burocrático. Sim, a validação por celular é moderna, entretanto o fato de precisar ter crédito no celular para poder retirar a bicicleta é irracional. O correto ou o mais adequado seria colocar um terminal em cada ponto para a retirada da bicicleta. Assim poderíamos fazer o login no sistema de cada ponto de retirada e liberaríamos a bicicleta desejada. Ou então a emissão de um cartão com algum tipo dechip também seria uma boa solução. Ou então a possibilidade de retirar a bicicleta simplesmente debitando um valor do seu cartão de crédito, como ocorre em Paris por exemplo. Alguma solução ao telefonema haverá de ser encontrada, pois creio que essa será a maior reclamação dos usuários.
Quanto aos valores, ainda não possuo uma idéia geral de quanto custará cada período de utilização, entretanto em breve isso será mais divulgado e creio que no site seja possível achar mais sobre isso.
De mais a mais, recomendo que se cadastrem e solicitem seus passes gratuitos e formulem suas próprias opiniões sobre o sistema. Eu espero que o sistema pegue e que não seja destruído ou algo do tipo. Pedala Rio!
15 de dezembro de 2008
Todinho de verdade
Não venham dizer: "Cada escolha uma sentença!" Hoje não há ditado popular que me convença. Entretanto, sei que caso não me salve, a poesia me absolve de toda culpa e sofrimento, porque as vezes nem eu sei o que se passa aqui dentro e apenas ao ler uma linha, entendo o que antes não tinha tradução. É o caso do amor que ficou no cais, é o caso do ano que não me cabe mais, é as vezes a cena clara e desamparadora que me comove na esquina e que me traz para mais linhas, o que me joga de volta ao cais - marinheiro escolado que vou me tornando. Nessas horas não há como descansar em sais. A saída é manter a mente atenta, o coração protegido e a alma em paz. Sei que dormirei todas as minhas noites na tranquilidade de viver baseado na verdade. Sei que todas mentiras caem, inclusive as ditas no leito quente da cama. Bom mesmo é ser feito todinho de verdade.
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