15 de dezembro de 2008
Todinho de verdade
Não venham dizer: "Cada escolha uma sentença!" Hoje não há ditado popular que me convença. Entretanto, sei que caso não me salve, a poesia me absolve de toda culpa e sofrimento, porque as vezes nem eu sei o que se passa aqui dentro e apenas ao ler uma linha, entendo o que antes não tinha tradução. É o caso do amor que ficou no cais, é o caso do ano que não me cabe mais, é as vezes a cena clara e desamparadora que me comove na esquina e que me traz para mais linhas, o que me joga de volta ao cais - marinheiro escolado que vou me tornando. Nessas horas não há como descansar em sais. A saída é manter a mente atenta, o coração protegido e a alma em paz. Sei que dormirei todas as minhas noites na tranquilidade de viver baseado na verdade. Sei que todas mentiras caem, inclusive as ditas no leito quente da cama. Bom mesmo é ser feito todinho de verdade.
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