21 de abril de 2007

para ir embora.

a paz de seguros jardins me espera
longe das balas perdidas daqui
num reino longe, como se fosse conto de fadas
a felicidade anda na rua desarmada

não há tiros, mendigos
me sinto enfim cidadão, quase dono de mim
mas engana-se quem pensa que esqueço do berço materno Brasil
aonde bebi água pura e me alimentei de sóis frescos

mas os tempos são outros
agora os rios estão mortos
o povo está refém
o horizonte amanhace um outro além, um além sombrio
quase um conto de terror

entre a fábula de medo
e a de tranquilos gazebos - livres do que me faz infeliz
sou de novo estrangeiro
eu sigo, eu parto, eu não moro mais em mim.

Um comentário:

Alexandre Damasceno disse...

Pode até não morar mais em você, mas deixa um pouco com cada um dos admiradores do seu talento. Ainda não escrevi a próxima, mas adianto para você a última linha(pois é, às vezes começo a escrever de trás para frente). Tem tudo a ver com essas idas e vindas:

"...A vida é uma comida circunstancial."

Aproveite.

Um grande abraço.