a paz de seguros jardins me espera
longe das balas perdidas daqui
num reino longe, como se fosse conto de fadas
a felicidade anda na rua desarmada
não há tiros, mendigos
me sinto enfim cidadão, quase dono de mim
mas engana-se quem pensa que esqueço do berço materno Brasil
aonde bebi água pura e me alimentei de sóis frescos
mas os tempos são outros
agora os rios estão mortos
o povo está refém
o horizonte amanhace um outro além, um além sombrio
quase um conto de terror
entre a fábula de medo
e a de tranquilos gazebos - livres do que me faz infeliz
sou de novo estrangeiro
eu sigo, eu parto, eu não moro mais em mim.
Um comentário:
Pode até não morar mais em você, mas deixa um pouco com cada um dos admiradores do seu talento. Ainda não escrevi a próxima, mas adianto para você a última linha(pois é, às vezes começo a escrever de trás para frente). Tem tudo a ver com essas idas e vindas:
"...A vida é uma comida circunstancial."
Aproveite.
Um grande abraço.
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