10 de maio de 2010

Dia D!

decerto deviam
deveras! deviam o dinheiro delas
um dia, deram dura decisão de delimitar uma determinação

dá o dinheiro tal data
depois de decidido
deram-se por débeis, deixaram a dívida das donas

não deves? diziam
devo!
então dá cá meu dindin, diabos!

deram nada
ai, as donas, discaram pruns doidos para darem tiros
foram dez
deu no que deu

8 de maio de 2010

A troca só tem graça quando é de graça

Este poema abaixo ganhei da amiga Carla Vergara, que tem o lindo blog - Místicas Femininas - e está prestes a publicar suas coisas, para bem geral da nação. O poema que ela me fez foi uma gentileza, uma troca de afagos a qual os poetas se permitem.

Poeta de mão cheia
Peito aberto
Papo reto
Entre palavras que fazem curvas no meu coração.

Voz forte
É vento norte ao dizer poesias
É mastro
Macho
Homem-grande-criança
É maduro e, ao mesmo tempo, esperança.

David chora, comemora
Ri, extrapola
Elabora a cada verso escrito
Revela de um jeito lindo sua face oculta
Sua metade aberta
Seu gomo
Seu caldo
Seu bagaço.

Tudo é insumo pra fazer suco
Neste mundo que se chama dia-a-dia
Tudo é verso de fazer palavras
Neste universo que é a poesia.

2 de maio de 2010

SMS ou SOS?

Helena estava triste, naqueles dias em que questiona o inquestionável. Vejamos bem: não que nada seja imutável, mas imaginemos que neste caso sim, o amor de Thomaz era inegável, irrevogável, definitivo, quase matemática: era ciência exata! Entretanto, colocou-se o final-de-semana inteiro aflita pela falta de contato com o namorado. Por viverem distante, qualquer faísca é clarão, dizia. Mas ele não ligou, não mandou email, não apareceu no msn, skype, nada..nada... E ela entrou na roda sem fim da imaginação inútil que só traz sofrimento e roteiros de filme B. Sabia que ele estaria ocupado, sem internet, sem tempo para entrar em contato. O que não significa que não pensou nela, muito pelo contrário, já havia avisado do imediato hiato que se faria durante esses dias, em que ele ocuparia-se de resolver uns problemas que lhe deixavam, literalmente, sem conexão. Só restou-lhe o celular.

Atordida, tendo de conectar-se consigo mesma, verificou que o sinal mais forte nunca é o wi-fi da casa, mas sim seus objetivos permanentes, sua meta, seu trajeto certeiro no futuro e tentou fazer disso força que iluminasse esse caminho escuro que percorria. De nada adiantou. Thomaz já é parte integrante disso tudo. Quando não vem, não dá pra disfarçar capricho nos estudos, beleza na vida, calma na pressa. Não dá. Necessita da voz, da imagem, de um Olá! que seja.

Martelou em sua consciência triste e saudosa uma só afirmativa: um sms que fosse, e eu estaria feliz. Thomaz não mandou.

Fim do dia. Helena vai dormir, cansou de fazer e desfazer logins... O tempo é o da espera, por isso desespera. Eis que no último segundo surge uma possibilidade. Lê no anúncio virtual: Ele te ama de verdade? Saiba o calor da sua paixão enviando uma SMS para 00365 por apenas 0,31 centavos.

Riu e pensou: é, talvez um sms não fosse suficiente, por isso não importa em não ter recebido. Por isso, não seria patética de enviar a este do anúncio.

Concluiu: meu amor não cabe em poucos caracteres.
E foi dormir feliz esperando o próximo contato.