9 de novembro de 2009

Berenice

Berenice não sabia o que fazer da vida.
Até que, por conta do acaso, conheceu Valdir no 474.
Apaixonou-se. Trocaram números. Celulares.

Contava para as amigas: Eu nem pego esse ônibus! Nunca peguei! Mas naquele dia tive que passar na casa da Dita e pronto, bingo, aconteceu! Tô amando, ele é o homem da minha vida! Ai, isso é coisa do destino, só pode!

Berenice telefonou, Valdir atendeu, marcou encontro, comprou cerveja, dançou pagode, comeu churrasco. Comeu Berenice em todas posições naquela madrugada de Sábado para Domingo no Motel Xaxaxa. Ela preferia o frango assado, gemia mais. Ele preferia cachorrinho, dava tapinhas.

Berenice encantou-se.
Contou para as amigas: Valdir é demais, essencial, ele é tudo! Passamos o sábado mais incrível de toda a minha vida! Foi o dia mais feliz da minha vida! E o sexo, ai... Valdir é especial na cama!

E deu risadas joviais com as amigas que acompanhavam acaso tão bonito.
Berenice tinha só 21 anos, muito nova para achar que um dia dentro de 21 anos era o dia mais feliz de toda sua vida para sempre, mas só ela que não sabia.

Berenice ficou pensando em Valdir.
Berenice telefonou, Valdir não atendeu. Valdir sumiu.
Berenice anda só e pensa em se matar.
Valdir nunca acreditou nesse negócio de destino não.
E Berenice continua acreditando que ele perdeu o celular.

Acha que é destino até hoje.

2 comentários:

Carla Vergara disse...

Davi!!!!!!!
Maravilhoso!!!!!

Anônimo disse...

Me senti Berenice esse fds....rs