26 de maio de 2009
Para Oxítona
Para Oxítona
Era suposto ter água encanada,
saneamento, sonhos e escola.
Quando chegasse cansado e sabido da aula,
ter tempo pra brincar e jogar bola.
Era suposto ter luz, pai, mãe, noção de cidadania...
Um quarto pra decorar com o pôster do super-herói,
uma cama pra deitar e saber que era certo chegar o outro dia..
Era suposto ser CI-DA-DÃO.
Oxítona persona. Aumentativo.
Mas no entanto mora nesta esquina.
Es-que-ci-do. Paroxítona sem sentido.
10 de maio de 2009
Hoje eu tô down, Jones.
Lembrança atemporal dos fatos,
como tatuagens, grudadas em mim...
Mesmo que eu pense em removê-las,
Hei de tê-las cicatriz.
Meus amores foram bandidos
Coração com faca e nome dentro tatuado no braço
Foram clichês, baratos, populares
Cerveja gelada nas mesas dos bares
entre risos de baixo custo
Entre petiscos e tremoços
Entre tremores e ariscos
Entre o medo de perder o barco
E o risco de perder o riso
A seriedade tomou-nos a graça
E a tua maior decepção
É que a felicidade paga-se a vista,
não aceita cartão.
Parcelamos o amor e pré-datamos os futuros
Mas um dia vem a vida, voraz, pra nos cobrar os juros.
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