30 de abril de 2010
P(ai!)
A saudade que me deu hoje do meu pai, é um poema sem palavras,sem rimas, sem fim, por isso não o escrevi.
23 de abril de 2010
Poesia Falada!
Bom, como alguns visitantes do blog sabem, sou professor da Escola Lucinda de Poesia Viva, portanto discípulo da queridíssima Elisa Lucinda. Então vou aproveitar e colocar um poema meu falado. Depois me dizem se aprovam também essa idéia de colocar alguns poemas falados.
David Lima - Acumulado
Para mais poemas, é só ir no meu perfil no Gengibre que você encontra um monte de poesia que já falei, clicando aqui.
David Lima - Acumulado
Para mais poemas, é só ir no meu perfil no Gengibre que você encontra um monte de poesia que já falei, clicando aqui.
17 de abril de 2010
Rick Baleiro, um brasileiro
Entrou, negro bonito, cabelo com penteado afro, sorriso branco alvo, ofegante com sua caixa de balas Stickfru no 175 que ia para a Barra da Tijuca. Posicionou-se perto da roleta, me olhou e eu disse: Tá cansado né? Ele respondeu: Desde 6 da manhã vendendo bala e iniciou sua oferta: Estoutrazendoaquideliciosasbalasquecustam! E calou-se. Fixou o olhar no fundo do ônibus e ficou quase que por um minuto em silêncio olhando para todos...
Eis que de repente dispara: Cinquenta centaaavos! Ahhh! Estava todo mundo ansioso pelo preço né? A gargalhada foi geral. O trânsito horrível que nos engolia, sumiu neste momento.
Mas a surpresa ainda estava por vir. Entregou a cada potencial consumidor a bala e um papel com algo escrito. Aos que se negavam em pegar o papel dizia: “Pega, não estou contando tristeza não.” Dizia o papel:
Quando ele retornou para recolher a mercadoria, fazia questão de deixar o papel para todos, mesmo para quem não comprasse a bala. Eu disse-lhe: Estou impressionado com isso que você escreveu no papel. Jamais imaginei que o papel pudesse ter isso escrito. É impressionante o que você está dizendo aqui... As pessoas te olham e vêem um baleiro (inclusive eu), mas com apenas um pequeno papel você revelou ter uma consciência política, cidadã incrível. Eu nem gosto de bala, mas eu vou comprar só pelo papel, só pelos dizeres.
Ele riu, afetuoso e disse: As pessoas não sabem a missa a metade! E saiu do ônibus, não sem antes agradecer, obrigado! A partir deste momento passei a acreditar que o Brasil tem sim futuro. Se cada cidade tiver ao menos um Rick Baleiro, um brasileiro, o futuro parecerá doce e não me refiro à bala.
Eis que de repente dispara: Cinquenta centaaavos! Ahhh! Estava todo mundo ansioso pelo preço né? A gargalhada foi geral. O trânsito horrível que nos engolia, sumiu neste momento.
Mas a surpresa ainda estava por vir. Entregou a cada potencial consumidor a bala e um papel com algo escrito. Aos que se negavam em pegar o papel dizia: “Pega, não estou contando tristeza não.” Dizia o papel:
“Sr. Passageiro. A 5ª (e talvez a última) mensagem do baleiro pergunta: LEMBRA DAS PROPOSTAS DE SEU CANDIDATO E SE ELE CUMPRIU COM SEUS DEVERES? ELE FOI RESPONSÁVEL PELAS MUDANÇAS EM SEU BAIRRO E/OU COMUNIDADE? E O QUE VOCÊ FEZ PARA COBRAR AS PROMESSAS NÃO REALIZADAS?
Em breve estaremos em época eleitoral e já sabemos o que esperar. Se votarmos nesses políticos vai continuar essa situação vergonhosa que estamos, com menos esperanças para nossos filhos e netos e vendo os poderosos ficarem mais ricos. E aí, vai votar em quem? A memória é algo fundamental em nossas vidas. Sem ela, criaremos uma sociedade sm identidade e ideais. OBRIGADO! Rick Baleiro, um brasileiro."
Quando ele retornou para recolher a mercadoria, fazia questão de deixar o papel para todos, mesmo para quem não comprasse a bala. Eu disse-lhe: Estou impressionado com isso que você escreveu no papel. Jamais imaginei que o papel pudesse ter isso escrito. É impressionante o que você está dizendo aqui... As pessoas te olham e vêem um baleiro (inclusive eu), mas com apenas um pequeno papel você revelou ter uma consciência política, cidadã incrível. Eu nem gosto de bala, mas eu vou comprar só pelo papel, só pelos dizeres.
Ele riu, afetuoso e disse: As pessoas não sabem a missa a metade! E saiu do ônibus, não sem antes agradecer, obrigado! A partir deste momento passei a acreditar que o Brasil tem sim futuro. Se cada cidade tiver ao menos um Rick Baleiro, um brasileiro, o futuro parecerá doce e não me refiro à bala.
Casas Bahia
Na loja popular de Copacabana
o menino mestiço deseja a TV de plasma,
envidraça o olhar perante tanta tecnologia
Não sabe nada de crises econômicas,
talvez até saiba um dia,
mas agora está apaixonado pela tela geradora de sonhos...
O pai puxa o menino mulato pelo braço
E sua cabeça estica como pescoço de girafa de olho na TV de plasma:
Idealizada no Japão
Fabricada na China
Montada em Taiwan
Encaixotada na Coréia do Sul
Enviada para os Estados Unidos
E finalmente importada pelo Brasil
Ela hoje representava o desejo infantil do menino moreno
Era para ele a transfiguração de seus sonhos
Ainda pequeno e já capitalizado pelo mercado de ilusões futuras...
Senti pena do menino,
e não houve como não pensar em mim,
ando comparando o que capto com o que se passa em minha vida
Como se eu fosse uma antena perdida,
Querendo encontrar na rua, a chave da minha saída
(21-10-2008)
o menino mestiço deseja a TV de plasma,
envidraça o olhar perante tanta tecnologia
Não sabe nada de crises econômicas,
talvez até saiba um dia,
mas agora está apaixonado pela tela geradora de sonhos...
O pai puxa o menino mulato pelo braço
E sua cabeça estica como pescoço de girafa de olho na TV de plasma:
Idealizada no Japão
Fabricada na China
Montada em Taiwan
Encaixotada na Coréia do Sul
Enviada para os Estados Unidos
E finalmente importada pelo Brasil
Ela hoje representava o desejo infantil do menino moreno
Era para ele a transfiguração de seus sonhos
Ainda pequeno e já capitalizado pelo mercado de ilusões futuras...
Senti pena do menino,
e não houve como não pensar em mim,
ando comparando o que capto com o que se passa em minha vida
Como se eu fosse uma antena perdida,
Querendo encontrar na rua, a chave da minha saída
(21-10-2008)
9 de abril de 2010
Baticum Bumba
A tragédia do Rio
mudou a minha vida, meus batimentos.
Hoje meu coração bate: bumba, bumba, bumba...
Estou vivo, mas a cada novo corpo
eu já não grito por socorro,
eu morro, eu Morro, eu Bumba.
"O morro, não tem vez e o que ele fez, já foi demais..."
mudou a minha vida, meus batimentos.
Hoje meu coração bate: bumba, bumba, bumba...
Estou vivo, mas a cada novo corpo
eu já não grito por socorro,
eu morro, eu Morro, eu Bumba.
"O morro, não tem vez e o que ele fez, já foi demais..."
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